O piloto Luiz Fernando Delazeri é uma referência no Nordeste quando o assunto é Enduro Fim e Hard Enduro. Mas talvez você não o conheça por esse nome e sim por “Galinha”:

“É um apelido que vem da quarta-série…Professora estava explicando que alguma coisa atacava as baleias, daí perguntei se era as galinhas! Depois em uma trilha atropelei uma galinha, daí ficou!”

O ano de 2019 foi excelente para o piloto que tem família gaúcha mas nasceu na cidade de Balsas, no Maranhão. Com 26 anos Luiz Galinha representa um pedaço do Brasil que poderia estar mais inserido no circuito do off-road nacional, principalmente dentro do HEBS. Logicamente os desafios de logística e apoio são o grande empecilho para a união dos quatro polos do país, mas em alguns anos podemos esperar mais competidores do Nordeste em uma disputa nacional. Galinha tem como principal especialidade as trilhas de Enduro Fim:

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“Esse foi um ano muito bom pra mim. Participei de três campeonatos. O Campeonato Maranhense de Enduro Fim que são três em um: Copa norte, copa sul e o Campeonato do Estado. E este ano consegui ser bicampeão maranhense de Enduro Fim , Bicampeão Sul Maranhense de Enduro Fim e campeão Piauiense de Hard Enduro. Todos na categoria principal.”

Galinha descobriu sua paixão pelo Hard Enduro em 2017 quando treinou para participar do Vita Racing Hard Enduro pela primeira vez. Essa experiência que lhe preparou para o primeiro título dentro da modalidade (Campeão Tocantinense de Hard Enduro). Em 2019 o piloto disputou mais uma vez o Campeonato Vita Racing e conseguiu a colocação de 4º lugar ficando atrás de Crispy e do mineiro Rigor Rico vencedor da etapa. Além deste bom resultado, Galinha faturou também o campeonato Piauiense de Hard Enduro:

“Resolvemos correr esse ano o Campeonato do Piauí de Hard Enduro. Eu e Vita (Rodrigo Balasso-Araguaína-TO) e graças a Deus deu certo, participei de todas as provas. É um campeonato de alto nível, perfeito. Me sagrei campeão do campeonato na categoria GOLD.”

Galinha pretende repetir e alcançar os mesmos resultados em 2020, mas dentro de sua programação pretende incluir uma participação especial no Hard Enduro Brasil Series.

“Ano que vem vou continuar disputando o Maranhense de Enduro Fim, talvez o Piauiense de Hard Enduro. E faz parte dos meus planos participar do HEBS! Já estou me programando para ir na primeira etapa, acredito que seja em Barão de Cocais! Só que ainda é bem difícil correr o campeonato inteiro, todas as provas são muito longe, e se torna muito caro pra mim!”

Seria incrível poder contar com mais nomes do nordeste no HEBS, e o Galinha poderia ser uma adição interessante para a elite do Hard no Brasil. O piloto diz acompanhar os principais pilotos do circuito e imagina que poderia disputar seu espaço na GOLD:

“Acompanho todos eles, galera tá em um nível muito alto. E acredito que sim, acho que posso dar trabalho para eles! Mas é claro que o Rigor tá em um nível diferente!” – Disse Galinha que em Balsas-MA não tem as trilhas ideais para se preparar para o desafio do Hard Enduro:

“As trilhas de Balsas são bem complicadas, se eu falar que a maior montanha que eu tenho para treinar tem uns 50 metros, e as vezes ainda não chega a isso. Aqui não tem pedra, é um terreno arenoso e barro duro. Então é bem ruim para quem pratica Hard Enduro. Modalidade onde as provas são só de pedra, subidas bem extensas. E por aqui não encontro isso. Aqui eu pego um morro de alta e treino zigue-zague e esse é meu treino de hard. Então dificulta pra mim quando pego as montanhas de 2 mil metros em Minas Gerais. Quando quero treinar em pedra tenho que ir para Araguaína-TO, onde treino com o Vitaracing-Rodrigo. Infelizmente minha região é bem ruim para o Hard, às vezes até desanimo. Mas já para Enduro Fim é bom.”

Mas mesmo sem as condições ideais de solo para desenvolver seu potencial em trilhas com mais rochas, Galinha se mostra um apaixonado pelo Hard:

“Eu não tenho frescura com nenhum tipo de terreno não. Ando bem em duna, areia, ando bem em pedra, terreno de piçarra solta. Mas o mais complicado é pedra, apesar de eu gostar bastante do desafio.”

É certo que em 2020 o HEBS ainda não terá uma etapa oficial no Nordeste, mas seria interessante ver uma expansão do campeonato para a região e assim atingir os praticantes apaixonados pelo off-road na ponta superior do país. Mesmo que seja uma etapa mais veloz, adaptada as opções de terreno, valeria muito ver o circuito com datas, dando opções para pilotos como Galinha poderem ter uma oportunidade maior de expressar sua paixão por trilha