Como participar da maior prova de Hardenduro do Mundo: O Romaniacs!

Matéria por Christian Camilo

Participar do Red Bull Romaniacs é o sonho de todo piloto de Hardenduro que se preza. A etapa é considerada como o grande templo deste era moderna de “trilheiros” que se arriscam a enfrentar grandes desafios de solo, resistência física e até mesmo de altura.

A corrida foi inventada em 2004 na Romênia por Martin Freinademetz, ocorre na cidade de Sibiu – e atrai pilotos de todo o planeta. O evento possuí cinco dias de disputas sendo que o primeiro é dedicado ao prólogo (um dia especial de competição para o público prestigiar em circuito reduzido).

Em 2018 o Brasil esteve muito bem representado com sete brasileiros disputando o Romaniacs.

Conversamos com Rodrigo Zuccon, um dos pilotos de Hardenduro mais experientes do circuito, um dos track managers da HEBS, e que este ano irá disputar a tradicional prova pela segunda vez! Zuccon ainda tem em seu currículo a experiência de ter participado duas vezes do staff médico do Red Bull Minas Riders – etapa ícone para o crescimento do Hardenduro no Brasil e que foi organizada pela mesma equipe do Red Bull Romaniacs!

Neste entrevista Zuccon nos conta um pouco da experiência da prova, qual o investimento necessário para participar e como se preparar para este grande desafio!

Rodrigo Zuccon – Red Bull Romaniacs 2018

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1 – Qual o investimento necessário para poder participar do Red Bull Romaniacs?

Rodrigo Zuccon: Para você ir com uma estrutura incluindo serviço mecânico e moto alugada lá na Romênia, somando ainda  o valor da inscrição, você precisará investir no mínimo  5 mil Euros. Este é um valor médio que incluí a acomodação, refeição e gasolina da moto . A inscrição é 1900 euros com acompanhante e acomodação. A organização atrela inscrição a acomodação  para simplificar o processo de participação no Romaniacs. Existe a opção de fazer acomodação por fora mas para quem é estrangeiro é mais complicado. As primeira inscrições conseguem pegar acomodações em hotéis mais próximos do prólogo em Sibiu. O Ibis e o Ramada acabam sendo reservados para estas primeiras reservas por isso é importante garantir cedo a inscrição. A organização distribuí as acomodações de acordo com a ordem de inscrição.

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Hall do Hotel

2 – Dá para levar moto? Algum equipamento aqui do Brasil?

Rodrigo Zuccon: Levar moto fica muito mais caro do que alugar moto lá. Existem várias agências para alugar moto que oferecem serviço de apoio durante a prova. Pelo próprio site destas agências é possível conferir a estrutura e as motos que oferecem. Em 2017 e ano passado eu contratei a RidexPower, empresa que há 10 anos acompanha o Romaniacs. Eles tem motos do ano, KTM, Husquevarna, intejadas, zero ou seminovas já equipadas com ventoinha, protetor de escape, de curva radiador….já preparadas para corrida. Além do aluguel você se compromete em pagar as peças que quebrarem – se acerta depois, ao fim da prova. As motos já vem com par de pneus novos…o sugerido é um  pneu traseiro novo pra cada dia de prova. O pneu traseiro é muito exigido pelo tipo de terreno e pelos quase 200km diários de prova.

Você pode levar todo seu equipamento ou comprar lá. Eu levei tudo, bota, capacete. Para não ter surpresa lá…como bota apertada ou capacete que não fica legal por exemplo. Recomendo três jogos de roupa porque são grandes as chances de pegar chuva e esse é um problema que você não quer ter.

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3 – E a cidade de Sibiu. Como é a cidade para o turismo?

Rodrigo Zuccon: Em relação a cidade. Sibiu: Adoramos a cidade. Muito turística, montanhosa, vários restaurantes, região muito bonita para passear – bom para que não foi para correr por exemplo. Vale o turismo pela região. Próximo, 2 ou 3 horas de carro, é possível conhecer a região da Transilvânia….há muita coisa nesse destino. Quem quiser levar um familiar para aproveitar essa viagem não vai se arrepender.

4 – Como é a prova? 

Rodrigo Zuccon: A prova é extremamente bem organizada. Sâo 15 anos de “know-how “, já tem metodologia pra tudo: de itens segurança a definições de logística da prova. Apesar de ser uma região bem inóspita você se sente bem seguro em relação a organização. A atmosfera da cidade respira Hardenduro no dia da corrida. É fantástico. Uma experiência incrível para quem gosta de competição e do Hardenduro, mesmo com o investimento um pouco alto.

Em termos de dificuldade da prova comparo da seguinte forma com o patamar nacional: todas as categorias do Romaniacs estão um degrau acima dos padrões nacionais. Por exemplo, a Bronze da Romaniacs seria igual em dificuldade a Silver nacional. A Silver de lá seria igual a Gold daqui. E a Gold no Romaniacs é um nível para os “prós”…o aventureiro não pode participar dessa categoria de maneira alguma.

5 – Como se preparar para participar desse desafio?

Rodrigo Zuccon: Existe um minimo de treinamento. Quem treina só de fim de semana pode encarar uma Iron no Romanics que irá conseguir terminar. Não tem tanto problema…a Iron equivale a nossa Bronze. Todas as outras categorias exigem maior preparo físico e técnico. Para você ter uma ideia um argentino que em 2017 tinha ficado em 10 lugar na Bronze, em 2018 não conseguiu completar a Silver em.nenhum dos dois primeiros dias de prova. Existe um grande degrau de dificuldade de uma categoria para outra. Não dá para subestimar. São quatro dias de prova (sem contar o prólogo) tem que treinar, estar preparado….treinar simulando dias seguidos de prova.


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Em 2017, o piloto Bruno Crivilin conseguiu o melhor resultado de um brasileiro no Romaniacs ao vencer na categoria Silver.

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